A paranóia de escrever para os outros e não agradar
Toda vez que vejo uma tela em branco, ao invés de começar a pintá-la com palavras — como deveria ser — eu travo. Travo como a mocinha que vê o amor platônico (ou crush, né juventude!) se aproximando. E nisso passam os minutos, me perco em outra atividade (ou blog) qualquer e quando vejo, a inspiração já foi. A verdade é que sempre penso que tudo que escrevo é ruim demais. Antes mesmo de deixar as mãos se deleitarem no teclado, pensamentos negativos surgem e contaminam a vontade de escrever. Sempre li muito que os textos têm que prender a curiosidade do leitor e fazer com que eles queiram seguir até o final. O título, enredo, final — tudo tem que ser para o leitor. E aí aparece a paranóia. A paranóia de achar que já tem muitos outras histórias legais sendo contadas por aí. A nóia de fantasiar que também poderia eu fazer mais do mesmo — a internet já está tão saturada de sempre títulos parecidos! Ou que ainda, será que alguém se interessaria pelo que quero gritar ao mundo?